segunda-feira, 18 de outubro de 2010

conversas possíveis para um absurdo fim

eu não te conheço.
conhece sim. você vinha muito aqui.
você mora aqui?
moro. você ia perguntar: e eu?
como?
você ia perguntar: e eu?
eu sussurro: você mora dentro de mim. como agora.   

você ficou emocionado, não?
porque eu sei que é verdade. eu estou aqui, dentro de você, e sei que moro aqui. desde sempre.
você está chorando?

também estou emocionada. estamos nos despedindo, não é?
você disse: nunca amei uma mulher como você.

nunca amei uma mulher como você. por isso também fico emocionado.
de novo as lágrimas.
eu acho que você nem devia chorar. já passamos pelo pior. agora é a calmaria.
tem razão. fiquei pensando como seríamos nós agora. depois de tudo.
pode ficar tranquilo porque, antes, você explicou tudo perfeitamente bem. você foi claro. Sobretudo.
não. quero dizer agora, enquanto você se aninha ao meu corpo e eu acaricio seus cabelos.
achei que não ia perguntar. queria que o abraço nos tivesse derretido. mas isso não aconteceu.
então nada mudou.
nada mudou.

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