quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ménage à trois

ele toca o violão
encanto:
meu corpo vibra.

rapidinha

meu corpo chapa quente
sua língua gota fria
escorre pela pelo pele

sábado, 25 de janeiro de 2014

conto pornográfico

 (uma imitação barata de Hilda Hilst)


         o dia em que nasci. eu tinha 13 anos e era virgem. meu pai, um velho bêbado e babão, resolveu me vender antes que fosse tarde demais. como ele já tinha tirado o cabaço das minhas duas irmãs (e o destino delas tinha sido a prostituição, sem que ele nada lucrasse com isso) ele resolveu me poupar e, dessa vez, levar algum lucro com a minha rara virgindade me vendendo para o maior bordel da cidade.
o dia em que nasci. eu tinha treze anos e meu pai resolvera me vender apesar dos meus peitos mal empinarem a blusa.
quem sabe? meu pai pensou. ela tinha uma pele bonita, macia. as coxinhas grossas, uma bunda redonda, carnuda. A carne tenra... os peitinhos. Os peitinhos... meu pai resolveu dar-me um banho.
éramos pobres e o banho tomávamos em uma bacia de metal. o banheiro era um quadrado de cimento sujo e quebrado, coberto por uma telha de zinco que fazia dali um inferno. meu pai encheu a bacia de água morna, me arrastando até ela. minha blusa, um pouco rasgada, deixava entrever o bico do seio. a respiração do meu pai se acelerou. os olhos tinham um brilho mau. ele puxou minha calcinha, arrancando minha saia avidamente. eu estava imóvel e meu pai, diante do meu corpo nu, ajoelhou-se como diante de uma santa. abriu as minhas pernas e roçou os dedos pelo meu grelo. pediu-me que pegasse a caneca e jogasse água no meu corpo. que a deixasse correr. ele a recolheria ali, no encontro das coxas. comecei a sentir um calor me invadindo. ele lambeu a água, devagar. Esticou a língua e lambeu de novo, abrindo caminho entre os meus pêlos. Meu corpo bambeou e ele agarrou minha bunda, invadindo ainda mais minha vagina como um cachorro sedento, a língua de fora, os olhos saltados a me lamber também. e gemia como uma criança diante do peito da mãe. suas mãos agarravam minha bunda como se fossem duas redondas luas. a língua misturava fogo à água. Sem nem sentir eu empurrava o meu quadril contra seu rosto num movimento instintivo de prazer. Ele acelerou as lambidas mais e mais mais mais mais mais... gozei. Meu corpo bambeou mais uma vez. 
meu pai abriu a calça...



... ainda não entendi que graça tem ficar lendo sobre a vida das outras pessoas! eu, por mim, nunca gostei nem de falar da vida alheia.
sabe, leitor, estive pensando...será que eu não devo começar me apresentando primeiro? Afinal, que graça é que tem... calma, leitor ansioso!
cerre um pouco a cortina. pediram-me para contar a minha vida e é o que vou fazer! mas se você nem souber de quem se trata, que graça tem querer dar uma espiadinha atrás da minha cortina?! credo, que pressa!
... não tema, meu gostoso leitor, tentarei ao máximo não ser “literária” como Sade. pois cá muito entre a gente, ele, pelo menos no que concerne à escrita, era um tanto monótono... já sei, já sei! para um conto pornográfico, eu também já estou sendo bem – com o perdão da palavra antiga – caceteadora...   (desculpe, não resisti ao trocadilho).
Pois então, prepare-se, meu caralheitor!
o passeio será longo, cheio de paisagens inesperadas. sugiro que fique mais à vontade. desabotoe a camisa, tire os sapatos... deixe mesmo a calça entreaberta. como eu disse, as paisagens podem ser inesperadas...

meu pai abriu a calça. foi o primeiro caralho que vi. grosso. grande. e sujo. ele lavou a imensa pica vermelha na bacia e depois se ergueu, me puxando pelo cabelo. fez com que me ajoelhasse. diante dos meus olhos, a cabeça luzia. uma gota brilhava. lambi. meu pai gemeu. lambi de novo, como quem lambe um gostoso sorvete. meu pai de olhos fechados agarrava a minha cabeça. eu chupava, lambia, sorvia. meu pai me chamava de puta gostosa safada piranha enquanto jatos de porra inundavam minha garganta.
e esse foi meu nascimento.
então, ele vestiu-me uma roupa branca e limpa e me levou para o maior bordel da cidade. era uma casa grande e suntuosa, construída em estilo neo clássico (coisa que, evidentemente, eu não sabia naquele momento. A cultura fui adquirir bem mais tarde). colunas cercavam a entrada. a casa era branca como eu.
quando entramos, a primeira coisa que me impressionou foi o forte cheiro de coxas que pairava naquele lugar. e em seguida as luzes. coloridas. difusas. tudo ali era difuso. contra esse fundo, Madame se destacava: era alta, loura e majestosa. o rosto era muito maquiado e ela toda cheirava, o perfume misturado ao creme e ao pó de arroz. as pernas eram longuíssimas sobre o salto incomensurável. apesar disso, Madame não nascera mulher. nascera homem. sim, a cafetina daquele bordel era uma travesti.
quando Madame me viu sorriu. para o meu pai ela fez cara feia, não gostava daquele velho bêbado e sujo na sua casa de fantasia. ela pagou, ele foi embora e me deixou.
nunca mais o vi.
Madame me pegou pela mão e me conduziu escada acima. louro ou moreno?
moreno... eu queria sentir meu primeiro homem bruto dentro de mim. nada de amor. nada de refinamentos. que fosse rico! muito. Madame sorriu novamente e me disse que eu seria a rainha daquele bordel. Depois abriu a porta do quarto dela, fazendo-me entrar em um paraíso cor-de-rosa. Havia duas moças lá dentro, as duas também muito jovens. Uma delas, loirinha e magra, empurrou-me contra o colchão macio... Madame tirou, ela mesma, meu vestido e passou óleo sobre meu corpo, perfumando-me. A moça negra, de ancas largas e peitos estupendos de tão duros, trouxe uma caixa de jóias de fantasia, da qual madame tirou pérolas tão virginais quanto eu. sobre o meu corpo, somente um pano branco.
Madame então abriu minhas pernas e prendeu meus pés aos pés da cama. eu gosto de chupar mulher, sabia? meus peitos imediatamente eriçaram, machucando o tecido. o gostinho ácido das virgens. atou minhas mãos à cabeceira. eu não sentia medo. sentia sua respiração quente invadindo meus pêlos. o cheiro de cabelo de milho...
e esse foi o meu batismo.
quando terminou, Madame me desamarrou depois lavou a boca e retocou o batom. lavou, ela mesma, a minha buceta molhada. Então foi para a sala e escolheu um fazendeiro, um homem acostumado a comprar tudo como se tudo fosse novilhas. Madame vendeu-me cara, afinal eu era produto raro.
o homem era baixo, forte, atarracado. a pele era sebosa, suada. os olhos, miúdos, tinham um brilho maldoso como os olhos de meu pai. vendo-me nua sobre a cama, limpa, linda em meu pano transparente, ele subiu sobre mim e abriu as minhas pernas. pôs o pau curto e grosso dentro da minha vagina apertada, rompendo meu hímen com facilidade. o homem ficou ali, metendo em mim até gozar. apertava meus peitos, babava neles. beliscava um pouco, com certa maldade. e gozava.
resolvi surpreendê-lo.
virei-me de costas, oferecendo-lhe a bunda redonda. ele arregalou os olhos, espantado. então, eu fiquei de quatro, como uma égua, e como uma égua no cio rocei as minhas carnes brancas na sua pica que estourava de tesão. ele sentia a porra invadir cada centímetro do seu pau, enquanto me agarrava pelas ancas. dava uns tapinhas na minha bunda, falava bunda gostosa minha potranca e metia a vara no buraco quente, gostoso, apertado do meu cu. meu rego latejante engolia apertava a cabeçorra vermelha do seu pau. ele gozou.
depois dessa noite, tornou-se meu amante oficial e financiava todos os meus luxos e extravagâncias. e eu as tinha muitas. como uma menina caprichosa, eu não cansava de pedir. gostava de dar festas estrondosas, verdadeiras orgias, para todo o bordel. como uma rainha, eu tomava banhos de champagne e andava nua, sobre um cavalo, pelos jardins do bordel, além de financiar alguns pintores dos quais era musa e amante.
O leitor bem tava gostando, né? Desse linguajar meio século dezoito salvando a dignidade das minhas memórias... é o espírito livresco querendo encarnar outra vez! claro, nada disso é verdade. ou, pelo menos, quase nada. mesmo sendo puta eu gostava mesmo era de ler e essa era uma das poucas extravagâncias que eu tinha. Madame tinha me ensinado o gosto pelos livros e eu os tinha aos montes e de todos os tipos. Eu era uma devoradora e o comprador de novilhas gostava de mim assim, presa ao quarto e em delírio eu inventava orgias, banhos de champagne e vida de princesa. vá lá, eu era a teúda e manteúda do fazendeiro. tinha jóias, dinheiro. mas era uma caipira de treze anos que acabara de entrar para a vida.
o fazendeiro tinha se viciado em comer o meu cu. todos os dias, como um bom padre Sádico, ele vinha ao bordel enfiar a pica nas carnes brancas da minha bunda. às vezes, uma boa chupada me salvava. era outra das minhas especialidades. fazia questão de tirar sua roupa e ia lambendo seu corpo, traçando uma linha de fogo até o pau. caralho em riste. após pesar suas bolas com minha língua, eu enfiava, sem aviso, aquela vara grossa em minha boca entreaberta. a cabeça, descoberta, estava à minha mercê e eu a apertava, suavemente, entre meus lábios. de repente, eu enfiava aquela verga toda na minha boca. a boca, apertada como uma buceta quente, sugava sugava. para em seguida torturar cada centímetro de sua pica latejante com lambidas bem... bem vagarosas... com a desculpa de prepará-lo para a “empreitada”, muitas vezes fiz com que gozasse ali mesmo, na minha boca. uma boa parte das vezes, no entanto, meu cu era agraciado.
como eu era muito nova, Madame não queria me ver “arrombada” e deu um jeito de me arrumar outro cavalheiro. dessa vez ela não pediu minha opinião, resolvera me arrumar um velho pacato e sem extravagâncias. era um banqueiro, um homenzinho magro e sorridente, sempre com um ar de quem pede desculpas. eu tinha uma vontade imensa de maltratá-lo e ele parecia gostar, pois jamais reclamava. 
habitualmente, ele aparecia no fim da tarde e nesse dia resolvi esperá-lo com uma surpresa. o entregador de bebidas do bordel era um jovem negro, impetuoso como um garanhão. quer me comer de graça, sem pagar nada? ele, com o pau endurecido roçando minha bunda, me seguiu até o quarto. sem paciência, rasgou minha roupa. chupava os meus peitos, era voraz, bruto e aquilo me agradava. abri as pernas. o negro afastou minha calcinha de lado e meteu a imensa pica roxa na minha buceta molhadinha. a pele negra contrastava com a brancura das minhas coxas. ele me mordia, chupava, metia. eu gozava gozava gozava sem fim.
ele me virou de costas, lambuzou o pau grosso, cheio de veias, assombroso, assustador, com sua saliva e abriu no meio a minha bunda, branca como uma lua. eu gemi de medo. ele encostou a cabeçorra. a porta se abriu. impaciente com a interrupção, ele olhou para a porta. eu disse: entra. pode entrar...
enquanto o negro entrava no meu cu ardente, o cavalheiro magrinho entrava no quarto, mortalmente pálido.  







O leitor deve admitir: o trocadilho é tão perfeito que impede a continuidade da obra. Entra, pode entrar... e eis que a porta se fecha bem na minha cara.
O que pode vir depois disso? Hein, meu caralheitor?